Madalena DePadova, a empresária que mudou o design italiano...
A Depadova nasceu com Fernando e Madalena DePadova em 1956 quando o Design Moderno ainda era praticamente desconhecido em Itália.
Após o pioneirismo da Bauhaus e dos mestres fundadores do Design Moderno como Walter Gropius, Mies Van der Rohe, Marcel Breuer entre outros que associaram a técnica à arte e posteriormente ao produto industrial, foram os países da Escandinávia que deram "cartas" no design internacional nas primeiras décadas da segunda metade do século XX. Por isso, Fernando e Madalena DePadova, viajaram até ao norte da Europa para conhecer de perto o melhor design que se estava a fazer nestes países.
G. Paulsson (1919) refere-se aos países da Escandinávia e à nova geração de arquitetos e empresários nascidos por volta de 1920, quando receberam “um treino profissional nas novas e reformadas escolas de artes aplicadas, que formaram os empresários industriais nas artes decorativas. (…) Após a 2ª guerra, estes empresários abriram as suas empresas dedicadas à produção de objetos de design industrial e à produção em massa de objetos de uso diário. Foram empresas especializadas nos setores do vidro, têxtil, porcelana, metais e mobiliário. Depois da 2ª guerra houve uma grande procura de produtos para a casa. (…) Para esta nova geração foi fundamental associar uma estética aos objetos de utilização comum e de baixo custo. Criaram uma corrente de expressão estética baseada na igualdade, harmonia e equilíbrio”
Em 1960, as artes aplicadas dinamarquesas adquiriram uma notoriedade assinalável no contexto internacional. O mobiliário e as arts and crafts dinamarquesas tornaram-se internacionalmente conhecidos e muitos arquitetos dinamarqueses detinham uma grande popularidade internacional. O crescimento económico na Dinamarca a partir da década de sessenta fez com que os consumidores em geral passassem a consumir mais produtos dinamarqueses. Esta conjuntura fomentou o aparecimento de firmas apostadas em produzir bens de consumo diversificados. Este reconhecimento internacional estendeu-se aos consumidores americanos.
Fernando e Madalena DePadova, regressaram da Escandinávia e Inspiraram-se nos arquitectos nórdicos como Alvar Aalto e Arne Jacobsen e começaram a ter imediatamente sucesso em Itália.Iniciaram a sua actividade a vender mobiliário nórdico numa loja localizada na Via Montenapoleone em Milão, uma das ruas mais luxuosas da cidade.
Em 1957, após uma outra viagem, desta vez aos Estados Unidos da América, conheceram o famoso designer Charles Eames e ficaram encantados com o seu design ousado e vanguardista.
Madalena apaixonou-se pela forte personalidade de Eames e pelo design irreverente. Conheceu também George Nelson e, em 1958, chegou a acordo com a fábrica Norte Americana Herman Miller para produzir as peças de mobiliário de Eames em Itália a partir da fábrica ICF (international Furniture Company de Depadova).
Por volta de 1970 dá-se uma tragédia e Fernando DePadova morre precocemente pelo que Madalena fica com toda a responsabilidade da fábrica e loja DePadova.
Madalena conhece o jovem designer Vico Magistretti que lhe propõe as suas criações. Passa a desenvolver edições próprias que dão corpo ao design do autor e um novo rumo à DePadova. Madalena torna-se assim precursora do Design Italiano.
Muda-se para um novo Showroom no Corso Venezia 14 em Milão e convida o jovem designer Achille Castiglioni a realizar as montras e exposição da loja.
Foi através de Vico Magistretti que conheceu alguns dos mais proeminentes designers italianos como Castiglioni. As criações e os objetos inéditos do designer passam a ser editadas por Madalena e reforçam a coleção DePadova.
Madalena torna-se assim, uma referência do design Italiano por ter sido a impulsionadora na edição de designers Italianos.
Hoje em dia a DePadova é uma marca de referência em Itália e no Mundo. Algumas das peças mais famosas da história do design italiano estão na coleção DePadova. Designers como Patricia Urquiola, Monica Foster ou Patrick Norguet são alguns dos nomes mais recentes que saíram da "escola" DePadova.
O atelier DePadova, onde realizou estágio Patricia Urquiola, antes de iniciar a sua carreira brilhante enquanto designer, tem realizado inúmeros projetos para empresas internacionais. Os projetos desenvolvidos pela De Padova têm contribuído com os seus ícones de design como, sofás, poltronas e ainda complementos icónicos da sua coleção, para a divulgação em todo o mundo de nomes como Vico Magistretti ou Achille Castiglioni. É um trabalho de grande profundidade conceptual com muita atenção aos detalhes, onde o estilo e a tradição coexistem com ambientes contemporâneos, onde o calor e fascínio da madeira e da pedra transmitem uma sensação natural, criam um cenário em que o mobiliário de design DePadova se distingue de todos os outros.
Após a recente fusão entre a Boffi e a DePadova, em que foram introduzidas as peças de mobiliário DePadova nas lojas de Cozinha e banho Boffi, a DePadova passou a ter um novo endereço: via Santa Cecilia 7 Milão, uma rua transversal ao Corso Monforte. Um lugar para ser redescoberto, onde a arquitetura e o design se unem numa dimensão inovadora.
A nova loja foi projetada pelo diretor de arte das duas marcas, Piero Lissoni. O prestigiado designer criou um ambiente luminoso, um autêntico laboratório de ideias. O novo showroom não pode ser visto a partir da rua, mas descobre-se através de sinais discretos, ao fundo da estreita rua Santa Cecília. Através dos dois pisos, numa área 1100 metros quadrados, num ambiente exterior / interior, e depois de percorrer um caminho de acesso inovador, chega-se a um espaço que apresenta soluções reais da casa contemporânea - recorda a relação com a cidade e sua diligência.
Este ano a DePadova esteve pela primeira vez de uma forma destacada na feira do móvel de Milão, num stand projetado e idealizado por Piero Lissoni com muitas novidades.Para mostrar o caminho, e torná-la extraordinária, foram reunidos grandes mestres num único catálogo: Achille Castiglioni, Pierluigi Cerri, Michele De Lucchi, Charles e Ray Eames, Vico Magistretti, Ingo Maurer, George Nelson, Dieter Rams, entre outros.O acervo histórico, com poucas intervenções de modernização, apresenta algumas peças inéditas, assinadas pelo Piero Lissoni, Nendo, Maarten van Severen entre outros.
White base, de Tomoya Tabuchi
À primeira vista esta peça de mobiliário extremamente simples e de formas depuradas tem medidas generosas e cumpre a sua função.Foram usados materiais como carvalho natural e nogueira, uma mistura perfeita entre artesanato e beleza natural.
Longue, Cadeira de couro, de Maarten Van Severen
A essencialidade, a simplicidade e o material que reveste a cadeira confere-lhe uma certa organicidade. Destaca-se pela qualidade do material e dos detalhes da costura feita à mão.
Low Chair, de Maarten Van Severen
Cadeira de design intemporal, de estrutura metálica e estofada a tecido ou couro é a solução perfeita para uma vida prática.
O Landscape de Piero Lissoni
O sofá apresenta um design simples, de linhas clássicas mas ao mesmo tempo com um design contemporâneo. A proporção correta das medidas resume a sua solidez e o conforto.
Sen, de Kensaku Oshiro
A versatilidade destas mesas, não é dada apenas pela estética, tamanho e altura, mas sim pela variedade dos materiais usados: mármore, carvalho e até mesmo tampos realizados com a mais recente nanotecnologia que tornam este produto particularmente incomum e contemporâneo. Destinado a áreas de estar e ambientes públicos tipo lounge.
Ishi, de Nendo
Das doze “pedras” presentes na mesa, apenas seis são usadas para manter o tampo de vidro. O conjunto parece responder a um significado mais subtil, para alcançar um objetivo, o da beleza pura, alcançada pelo equilíbrio entre os materiais e sua expressão.
Mogura, de Nendo
O Candeeiro apresenta um desenho gráfico feito de aros de metal. Pode ser usado tanto apoiado no chão, como pendurado no teto. O candeeiro apresenta algumas semelhanças a uma gaiola de pássaros.
Firefly, Alexander Åhnebrink
A lanterna é equipada por uma bateria recarregável e uma entrada de USB, podendo ser levada para onde se quiser. A cesta de couro natural, uma reminiscência de garrafa térmica de piquenique, dá um aspetp vintage ao objeto.